– este post é o de número 577… você já leu todos os outros?! –
Há alunos que realmente têm vocabulário acima da média e têm um conhecimento também acima da média de filosofia. Eles costumam escrever muito e sobre qualquer assunto, mas por vezes podem tropeçar na linguagem e no vocabulário sofisticados, sem mencionar que podem fazer citações até corretas, mas desnecessárias no contexto da redação.
Você vai ver agora um parágrafo de uma redação de um aluno do meu curso virtual para vestibular, morador do interior de MG. Observe o parágrafo destacado, leia-o apenas uma vez e diga o que entendeu dele:
Eu insisto: esse meu aluno é um forte candidato potencial a uma vaga no curso de Medicina – e ele quer USP. Tudo o que precisamos é que ele escreva mais próximo de como falaria com o professor-corretor, porque – acho que você notou – não se pode entender 100% do que ele quer dizer ali na primeira leitura. E o corretor precisará entender ao máximo na primeira leitura!
Por exemplo, o que seria, para você, a cultura de culpabilização pelas abstrações pelas atrocidades cometidas pelos indivíduos?
Não que a ideia dele fosse falha, ainda não chegamos nisso, mas… precisamos entender a ideia dele para saber se é falha, não é?! Entender o que está escrito é básico numa redação para provas. E você não poderá deixar anotado seu número de telefone na prova para tirar dúvidas do corretor sobre seu texto 😀 …
Bem, ele também citou o determinismo de Tayne, o qual nunca estudei, sem nem me dar a possibilidade de saber o que Tayne dizia sobre o caso que ele tenta explicar… 😦
Claro que você, com muita boa vontade e depois de ler outras vezes, consegue deduzir o que ele estava explanando! Mas lembre uma coisa: nunca espere que o leitor deduza nada! O leitor é “fogo”: ele vai deduzir tudo menos o que você queria dizer!
Seja muito direto, muito claro… você só quer ser aprovado e fazer seu desejado curso, ou trabalhar no seu desejado cargo, não é? Você pode perfeitamente fazer uso de seu vocabulário elegante e de seu conhecimento aprofundado em alguma área, sem prejudicar a clareza!
Por outro lado, o simples fato de você ter um vocabulário acima da média não vai garantir a nota alta que precisa, porque palavras raras ou elegantes em lugar errado ou obscuras vão levar pontos seus embora! Também dominar filosofia não garante uma nota alta na redação, exatamente porque o professor-corretor não vai analisar o quanto você sabe de outras disciplinas – ele não tem habilitação nem para saber se Tayne era mesmo determinista! 😀 Ele só tem habilitação para analisar seu uso da língua portuguesa!
Agora, o que estamos fazendo no curso desse meu aluno é ajudá-lo a ser mais preciso no vocabulário amplo que ele tem, e a usar seu saber filosófico aprofundado para que a posição desse meu aluno transpareça no texto muito mais que os filósofos. Ter algum professor para ler sua redação, como você vê, é tudo!
Vai prestar medicina também? Esse será um concorrente de peso ein…
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Ninguém garante que você seja aprovado, mas dá pra aumentar as chances…
Pode dar exemplo inventado na redação?