Primeira pessoa deixa a redação pobre?

Por que tem professores que proíbem “eu” na redação?

pode usar eu na redação

Muitos professores continuam demonizando a primeira pessoa na redação.

E aí você pergunta “por que, prô?”, e o prô te diz que deixa o texto pobre.

Oi?!

Que explicaçãozinha que não explica nada. Você vê artigos de jornal muito bem escritos, em que o autor usou a primeira pessoa. E seu professor ainda elogia esses artigos! Será que tem gente que pode e tem gente que não pode?!

Deixe essa regra na escola – você vai precisar quebrá-la, e precisa saber quando deverá fazer isso. Vou te ensinar.

Claro que se você vai escrever uma redação respondendo a uma pergunta direta, que menciona “você”, é preciso usar a primeira pessoa. Sabe aquelas redações que parecem ensaios, como a da Fuvest? Uma redação dessas ia ficar pobre sem usar “eu”, isso sim!

uso de primeira pessoa na redacao

No entanto, quando você estiver escrevendo um ensaio acadêmico, na sua faculdade, você vai se lembrar dessa história de que não pode usar “eu” porque ele empobrece o texto. E você não vai usar “eu”, não é mesmo?

Você também pode ter aprendido que “eu” é informal demais – tem isso.

Ok, ensaios acadêmicos se baseiam em pesquisas e estudos, e naturalmente são mais formais que a maioria das redações de vestibular. Enquanto você ainda for um estudante, vai ser meio raro usar “eu”, afinal… você não é nenhuma autoridade nessa área, não é mesmo?

Mas existem momentos em um texto acadêmico em que usar “eu” e “nós” é apropriado. Aliás, tem momentos no texto acadêmico em que o efeito é bem melhor se você usar primeira pessoa!

Fica mais persuasivo!

Tem 4 momentos em que você vai querer usar primeira pessoa na faculdade (e vai lembrar de mim):

  1. Ilustrando com um caso vivido por você

Sim, você pode usar um caso vivido por você e aí ficaria estranhíssimo deixar de usar “eu”!

pode usar primeira pessoa na redacao

2. Demonstrando ética e credibilidade

Ética é uma palavra grega que significa “caráter”, sabia? Você pode parecer ético no seu texto demonstrando que o leitor pode confiar em você. E a melhor maneira de fazer isso é sendo pessoal.

Por exemplo, digamos que você está demonstrando ao leitor que a arte é fundamental para unir uma comunidade. Você pode contar que é um pintor ou escultor e que vivenciou esse poder da arte na sua comunidade, com resultados que você pode contar ao leitor. É uma prova cabal do seu argumento.

Não vai acontecer de o leitor se irritar com você ou achar você arrogante! Até porque você estará usando a primeira pessoa de propósito, com uma intenção.

3. Sendo claro (quer coisa melhor que isso?!)

O que acontece com os alunos que – coitadinhos – são amedrontados com essa história de não pode usar “eu”?

Ah, eles usam frases e construções passivas confusas.

Imagine um trecho assim:

Por exemplo, digamos que você está na faculdade, e deve escrever um texto sobre a participação da tecnologia em seus estudos e pesquisas.

Se você tem medo de usar primeira pessoa, vai acabar escrevendo algo assim

“Neste momento, esta monografia está sendo escrita por um notebook que contém um programa de edição da Microsoft”.

pode usar primeira pessoa na redacao

Dá para entender, eu sei, mas aí está uma passiva, que dá a impressão de que não tem ninguém executando a ação. A passiva enfatiza a ação e não a pessoa que a executa.

Seria bem mais natural dizer

“Neste momento, estou escrevendo esta monografia com um notebook e um programa de edição da Microsoft”.

Ou então, veja este trecho de vestibular:

“Os povos tradicionais não estão recebendo o reconhecimento da parte do povo brasileiro”.

O que custava dizer

“Nós, povo brasileiro, não estamos reconhecendo o valor dos povos tradicionais”.

????

Bem mais direto, não é? Até porque, é uma pessoa pertencente ao povo brasileiro que estava escrevendo isso (pra que se esconder?).

(O curioso é que também tem professores que proíbem o uso da passiva. E aí fica difícil né – sem passiva e sem primeira pessoa…)

4. Afirmando sua posição num assunto

A clássica dissertação argumentativa precisa da sua opinião! O leitor quer saber sua posição!

Frases passivas nessa hora não ficam legal…

Eu tenho medo de usar “eu” na redação!

medo de usar primeira pessoa

É… infelizmente é nosso ensino. Em vez de ensinar a escrever, ensina a ter medo de escrever…

De vez em quando aparece um aluno mais esperto que desconfia dessas proibições, mas quase sempre elas acabam vencendo e apavorando os alunos.

Enquanto você não vai encontrar livro nenhum que proíba o uso de primeira pessoa na redação, é verdade que muitas dessas pessoas amedrontadas saem da escola, fazem faculdade, e um dia VÃO ORGANIZAR PROVAS!

Por isso existem provas que pedem aos alunos que não usem “eu”!

Aí não tem jeito, tem que obedecer. É o nosso ensino.

Afinal, “eu” deixa o texto pobre?

Não tem nada de pobre em usar “eu” ou “nós”. “Eu” não significa informalidade.

Se você souber usar “eu”, não vai parecer narcisista ou egocêntrico, pode ficar tranquilo. E não tem nada de pobre nisso. Não use em excesso e vai estar tudo bem.

E você, professor, ajude seu aluno a escrever solto – quando eles começam a escrever sem bloqueios é uma felicidade só!

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post 826 – É correto dizer “programa vinculado pela mídia”?

Provavelmente você nunca quis dizer “programa vinculado pela mídia”. Você quis dizer outra coisa…

Acho que agora vou te pegar! Você já deve ter cometido este erro na redação… O que há de errado com as palavras destacadas neste trecho abaixo?

CORREÇÃO DE REDAÇÃO

Sim, tem algo errado sim!

As palavras precisam ser substituídas por “veiculado” e “veiculados” respectivamente!

Um programa é VEICULADO pela mídia.

“Vinculado” significa “com vínculo”, com algum tipo de ligação entre duas coisas.

Claro – o programa poderia estar vinculado a algum partido político, por exemplo; quer dizer, poderia estar ligado a um partido político. Aí ele estaria vinculado mesmo.

Mas pelo que os trechos dizem, não era essa a ideia.

A ideia é que os programas eram veiculados pela mídia, porque a mídia é um veículo de comunicação.

Então fique de olho e veja se você não está falando errado, tá?

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Os vestibulares têm as mesmas competências do ENEM?

Quais as competências cobradas em cada vestibular?

Gramática, vocabulário… o que mais um vestibular pode cobrar? Como fazer para não ser surpreendido nessa hora?!

Encontrei este comentário pedindo ajuda, no facebook:

O Renan tem uma dúvida que todo aluno tem: ele acha que cada vestibular pede uma “competência” específica.

Para felicidade dele e de você também, as competências exigidas são as mesmas! Em todos os vestibulares.

Até a palavra “competência” não foi inventada pelo ENEM!

TODA redação dissertativa é analisada pelos seguintes aspectos:

  1. Tema = se o aluno fugiu do tema, se tangenciou o tema, se soube usar direitinho os textos de apoio (ou teve medo de usar).
  2. Estrutura dissertativa = como o aluno se explicou, se ele argumentou de forma convincente (não é que ele quis convencer o corretor, ok?), se foi claro, se foi direto, se criou uma sequência tranquila.
  3. Vocabulário e linguagem = se usou as palavras certas na hora certa, se usou a linguagem adequada para um corretor ler.
  4. Gramática.

Se você encontrar algum vestibular que corrige as redações usando um outro item além desses pode me mandar – preciso conhecer!

O fato de cada banca usar uma palavra diferente para esses 4 itens não muda os itens, percebe? Esses 4 itens serão corrigidos, e os nomes deles não fazem tanta diferença para você – importa para os corretores.

Pode acontecer, isso sim, de um item desses que eu enumerei fazer parte de outro, numa certa banca. Por exemplo, “linguagem” pode ser considerado parte da “Estrutura dissertativa”.

Isso não muda nada também – você tem que se esmerar tanto na linguagem quanto na estrutura.

Mas outros vestibulares também têm competências?

O nome competência é usado pelo ENEM, mas todo candidato precisa ter competência em todos esses aspectos, concorda?

A competência 5 no ENEM se refere a sua capacidade de argumentar uma proposta de intervenção. Normalmente essa é a competência relacionada à estrutura dissertativa, mas o ENEM optou por tê-la separadamente.

Nada muda, porque argumentar é sua obrigação na dissertação – em qualquer dissertação argumentativa. A proposta de intervenção do ENEM faz parte da argumentação, e se você quiser incluir soluções em outra dissertação, vai fazer parte da argumentação, do mesmo jeito.

E qual o peso de cada competência nos vestibulares?

Agora, quanto ao peso de cada aspecto avaliado, isso é decisão de cada banca. Normalmente o edital deixa claro. Mas eu te digo uma coisa: esses pesos fazem diferença para os corretores muito mais que para você, candidato.

Isso porque na hora que você está escrevendo, sua cabeça não está preocupada com pesos, ela está preocupada em dar seu melhor, ser absolutamente claro e capaz de argumentar perfeitamente.

A separação entre os 4 aspectos é puramente para professores, não tem como separar na escrita, entendeu?

Normalmente a estrutura/argumentação é onde vai o maior peso – capriche nela.

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post 824 – será que existe “mais bem”? ou o correto é “melhor”?

Pegadinha de português (e você vai cair!)

correção de redação

Eu sempre ouço alguém falar desse jeito errado, e é melhor te avisar antes que isso passe para sua redação!

Qual seria a forma correta de cada par de frases abaixo?

  1. Mais bem trabalhado
  2. Melhor trabalhado

  1. Mais bem feito
  2. Melhor feito

  1. Mais bem sucedido
  2. Melhor sucedido

As frases acima com o número 2 estão todas INCORRETAS!

Vamos à explicação gramatical…

Quando você estiver em dúvida entre “mais bem” e “melhor”, observe se a palavra que vem a seguir é um particípio.

Como assim não lembra o que é particípio?!

É o verbo que indica que a ação está terminada! feito, trabalhado, sucedido…

Nesses casos o correto é escrever “Mais bem” antes.

E fale certo, para escrever certo também.

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Por que aprender o padrão de redação ENEM não garante nota 1000?

Qual o modelo secreto de quem tira 1000 na redação do ENEM?

0,002% dos candidatos ao ENEM conseguiram 1000 na redação em 2023!

0,002%!

Você não esperava que pelo menos metade tirasse nota máxima? Afinal… todo mundo domina o modelinho de redação ENEM…

Um seguidor do meu blog, Bernardo, começou a perceber esse fenômeno estranho:

modelo enem de redação

Pois é… ele tem razão. Se todo mundo aprende o tal padrão ENEM – nos colégios, cursinhos e canais da internet – o que acontece que só funciona com 0,002% dos candidatos?

Será que esse padrão é furado?

Será que tem um padrão melhor que o outro?

Não é mistério nenhum, não! Eu sei o que acontece.

Aquela “fórmula” da redação do ENEM é somente uma “casca”. É a casca da redação.

Quando seu professor te ensinou a “fórmula”, ele ensinou a casca, não a redação toda! Ele precisaria ter avisado você disso…

Dentro dessa casca vão coisas pessoais de cada candidato, e essas coisas pessoais não têm como virar padrão… Você pode até copiar de uma redação 1000 o tal do repertório, a frase inteira no começo do parágrafo… pode copiar as palavras – nada disso vai te garantir a nota 1000!

(Ia ser moleza se fosse assim fácil, né?)

Por exemplo, o tal padrão da redação do ENEM tem o uso das mesmas palavras iniciando os parágrafos: Ademais, Nesse contexto, e etc. (juro que não aguento mais isso….)

modelo padrão enem

Isso só dará certo se a ideia do parágrafo, e PRINCIPALMENTE a argumentação dele estiver correta. Correta em relação à palavra, ao sentido dela.

E infelizmente quase todos os alunos que vêm até mim para treinar redação usam essas palavras como enfeite… quando eles “se tocam” que não faz sentido nenhum, aí entendem por que a nota também não subia de jeito nenhum.

Outro exemplo: o tal padrão da redação do ENEM tem a citação de títulos de livros e nomes de filósofos (em todos os parágrafos, meu Deusssss!). Hahahahaha…. claro, são citações quase sempre de fontes que o aluno não leu nem estudou (e às vezes nem o professor leu ou estudou).

redacao padrao enem

É aquele faz de conta que os próprios alunos criticam, mas… não conseguem resistir a ele.

Ora, a citação precisa ter algum motivo para estar ali! Nenhum corretor vai ficar impressionado com uma citação – ele tem centenas de redações para corrigir em poucas horas. Não existe ponto para “conseguiu impressionar o corretor”.

Tudo que o corretor vai fazer é verificar se tem a ver com o argumento e vai transformar em nota.

Praticamente todos os alunos que chegam pra mim para treinar a redação começam a redação com algo histórico. É uma fórmula.

Mas eles mesmos reconhecem que era só enfeite… e que não vale nota nenhuma, ainda mais na introdução (onde não há argumentação).

E esse negócio de inventar citação no começo da redação toma um tempo danado do sofrido candidato, tadinho…

Bem, aí você chega à conclusão: a fórmula, o padrão, que você aprendeu no colégio ou cursinho não é nenhuma solução fácil, como muitos alunos imaginam.

É um complicador até, porque torna a redação lenta (tem alunos que levam mais de 3 horas pra fazer a redação, e tem uns que levam 3 DIAS!). Não sei se vale a pena no dia da prova não…

correcao modelo enem

Claro que as redações 1000 do ENEM são beeem parecidas (às vezes iguais demais!), mas isso é assim não porque exista padrão pra redação do ENEM!

É outra coisa!

É o resultado do efeito manada e funciona assim: os alunos analisam essas redações e chegam à conclusão de que é preciso escrever exatamente daquele jeito pra tirar nota máxima.

É coisa da cabeça dos alunos… e colégios e cursinhos entram nessa onda porque ajuda no marketing (sim… você pode estar sendo manipulado). Tem curso que vende fórmulas e modelos de redação!!!

Então, de repente, todos os alunos escrevem de um só jeito – com 4 parágrafos, com “Ademais”, com propostas de intervenção sempre na conclusão… tudo igualzinho ahahahahah….

E não tem um professor por perto que avise que isso não garante nota máxima!

Se você não consegue mais se desvencilhar do “modelo ENEM”, ok, mas agora você já sabe que o modelo em si não garante a nota 1000 desses 0,002% de candidatos! Fiz a minha parte.

E se você não acredita em mim, também não tem problema porque os números falam por si… uma hora você também vai começar a achar estranho que somente 0,002% dos candidatos ao ENEM conseguem a nota 1000.

Não se deixe enganar mais! Trate de treinar e pare de usar fórmulas.

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