Vamos combinar: esta citação ficou meio forçada no parágrafo…
Mmm… essa mania de incluir citação genérica na redação… uma hora vai “dar ruim”!
Sim, eu sei: o aluno quer mais é passar na prova. Então ele vai atrás dessa mania de citar frases aleatórias, que caibam em qualquer tema.
Fazer o quê? Enquanto o Enem aceitar, não tem como evitar isso… Às vezes até fica engraçado o efeito… veja este parágrafo de uma redação 1000 do Enem:
“Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.
O aluno estava lamentando a intolerância religiosa e isso o fez lembrar que Brás Cubas estava feliz de não ter tido filhos para não trasmitir a eles a nossa miséria.
Foi uma pequena “viagem”, né?
Tudo bem, tem alguma relação. Distante… mas tem. Citação-coringa é assim: é pau pra toda obra. A maioria dos nossos alunos não tem interesse em ler sobre nada, em ver documentários sobre nada, em observar e pensar sobre o que está ao redor (comportamentos, por exemplo), então… só sobra isso – decoreba.
É um faz de conta: o aluno faz de conta que leu (muito!) e o professor faz de conta que acredita. E vão reclamar do nível do ensino brasileiro e defender a liberdade de expressão – tem isso também!
Só fico pensando como vai ser na faculdade, quando o aluno precisar embasar as próprias teorias no TCC e nas teses de mestrado…
Qual será a base do aluno? Qual a evidência? Frases prontas?!
Se você faz parte desse grupo de alunos, eu te entendo. Como te entendo! Mas faz o seguinte: assim que possível, descubra o que você gosta e mergulhe em livros, documentários, artigos de estudiosos!
Faça isso, por favor!
Não deixe o ensino superior brasileiro cair também nessa degradação – o mercado de trabalho precisa de gente com personalidade!
É por isso que você demora para escrever a redação?
Tem vários motivos para um aluno levar mais de 2 horas para escrever uma redação. Hoje vou te mostrar um deles – será que é o seu?
O trecho abaixo faz parte de uma redação nota 1000 do Enem. Leia você mesmo:
Um tanto difícil de entender, não é?
E olha que são palavras em português, e tudo está certinho na gramática e na lógica entre as frases.
Mas quanto exagero!
“inescrupulosa atuação”
“subvertidos valores”
“distópica realidade”
“nefastas políticas públicas”
“incoerentes práticas”
Percebeu isso?!
Quando se coloca o adjetivo antes do nome o efeito é quase poético! É aquela história do “grande homem x homem grande”!
A dica é essa: fica “bonito”, mas EVITE essa posição de adjetivo+nome para evitar que o texto fique difícil de ser compreendido, ou que fique com uma certa carga poética.
Dissertação NÃO PODE ter ares poéticos. Dissertação é um texto objetivo – leu, entendeu!
“Ah, prô, mas ele ganhou 1000! Deu certo”
Não sabemos se deu certo… ele pode ter perdido tanto tempo na redação enfeitada que não conseguiu ir bem nas outras questões.
E o Enem é claro: não existe nota ou pontinho a mais para linguagem “enfeitada”.
Quebra de paralelismo – a falha que os alunos não enxergam…
Se você segue meu blog, já sabe o que é quebra de paralelismo. É super sério, e pertence à coesão. Infelizmente, como os alunos hoje não leem em voz alta o que escrevem, eles não captam essa falha!
Olha só a quebra de paralelismo na linha 7 deste trecho da Livia, minha aluna online de Floripa:
Não viu nada errado?!
Vamos lá… a Livia ia citar 2 problemas grandes, não ia? Veja os dois aqui:
a segurança de bancos de dados
ajudando na busca da cura de certas doenças
Cada “item” que ela citou começou de um jeito – não pode!
Todos devem começar do mesmo jeito. Assim:
a segurança de bancos de dados
o auxílio na busca da cura de certas doenças
Não soa muito melhor agora?!
Fica bem mais claro!
Toda vez que você citar itens, fizer enumeração na sua redação, dê uma olhada para ver se todos os itens começam do mesmo jeito – isso é paralelismo!
Veja esta frase de um aluno meu, recém-aprovado no Barro Branco (PMSP):
Para muitos, adicionar o sistema de reconhecimento facial nas câmeras de monitoramento e/ou nas câmeras que os policiais portam é um avanço no combate ao crime.
O que significa aquele “e/ou”?
Primeiro, veja que a barra “/” é uma forma mais “moderna” de se dizer “ou”. Indica uma alternativa.
No caso da frase acima, meu aluno estava deixando para o leitor entender a frase dele de duas formas:
Adicionar o sistema de reconhecimento facial nas câmeras de monitoramento e nas câmeras que os policiais portam é um avanço no combate ao crime.
Adicionar o sistema de reconhecimento facial nas câmeras de monitoramento ou nas câmeras que os policiais portam é um avanço no combate ao crime.
Se o leitor entender pela opção 1, então a ideia é que o reconhecimento facial seria feito pelas câmeras de monitoramento E TAMBÉM pelas câmeras portáteis dos policiais.
OK.
Se o leitor entender pela opção 2, então a ideia é que o reconhecimento facial seria feito OU pelas câmeras de monitoramente OU pelas câmeras portáteis dos policiais.
OK também.
Essa escolha que o meu aluno estava dando para o leitor é indicada pela barra “/”, entendeu?
Mas isso de deixar para o leitor escolher como quer entender, é meio perigoso… você vê que os sentidos mudam e isso pode afetar o argumento numa redação!
Então só use a barra “/” se realmente tanto faz o sentido que o leitor quiser obter do seu argumento.
O que eu quero saber é se você é especialista em Barbie, ou se você é estudioso de Barbie… se a Barbie faz parte da sua vida a ponto de lembrar dela durante uma dissertação.
Se a resposta é “sim”, tudo bem, nada de errado nisso. Eu só não entendo essa história de se entulhar a redação de “coisas” para ganhar pontos:
Ganhar pontos citando “coisas” na redação? Bela ajuda que a mídia dá para aumentar o pensamento crítico dos nossos alunos…
Pra que ir por esse caminho difícil?
Pra que demorar para escrever a redação tentando encaixar uma “coisa” ali no meio que não garante pontinho nenhum?
Pra que perder tempo decorando “coisas” pra colar na redação?
Se você conseguir me responder, use o balãozinho ali no alto – estou querendo saber!
É tão mais fácil simplesmente provar que você tem razão, só isso.
Argumentar é provar que você tem razão.
Não tem que mostrar que você leu muito, ou está por dentro de tudo… Isso não faz parte da correção de nenhum vestibular!
Olha só: se você vai provar seu argumento com a Barbie, ok. Mas como você vai saber qual seu argumento na redação?!
Só na hora da redação mesmo.
Ou você é do tipo que já vai com aquela redação-modelo na cabeça?
Enfim.. é realmente estranhíssima essa forma de aprender dissertação que leva os alunos a escrever a redação em um absurdo de 3 horas!
Ah, e outra coisinha: o Enem não exige que se inclua autor, nem filme, nem série. Cuidado com essas invenções da mídia. A mídia tem as exigências dela (= marketing, audiência).
O Enem não exige nada – é você que sabe qual prova você tem do seu argumento.
VOCÊ QUE MANDA NA SUA ARGUMENTAÇÃO.
Vamos supor este argumento:
Existe uma pressão do mercado de brinquedos para que as meninas aceitem um certo padrão de beleza. Basta ver a boneca Barbie, que se seguiu à boneca Suzy, sempre mantendo um padrão de beleza loira, com formas anatômicas impossíveis de existir.
Gostou?
Eu que bolei esse! E aí eu usei a tal Barbie para PROVAR que eu tinha razão. A Barbie apareceu na minha memória DEPOIS de eu afirmar minha ideia inicial.
DEPOIS!
Assim que se usa o repertório. Mas repertório é só o que você tem na sua memória. Só. Ninguém te diz que repertório você tem que usar – não tem cabimento!
Agora… filme e série é um repertório um pouco diferente.
Assim como o repertório acima (de evidência), ele vem à sua memória naturalmente depois de sua ideia ir para o papel. Mas ele não costuma provar nada!
Lembre-se disso: filmes e séries são fatores de atração para o leitor, mas não é comum que eles provem uma ideia sua.Portanto filmes e séries raramente fortalecem argumentos.
Isso explica como tantos candidatos citam filmes e séries e não conseguem nota boa na competência 2. Entendeu agora? Enfeite não ganha nota.
O tema da redação Enem 2023 foi fácil?! Você achou?
Eu e meus alunos (os que prestaram Enem) tivemos um “trabalhinho” para encontrar o tema de redação. Mas conseguimos (pelo menos nós achamos que conseguimos).
Parece que chegar numa redação perfeita não seria assim tão simples…
Vamos começar com o que o Enem perguntava: “quais os desafios para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.”
Mmm… mas… qual o foco exatamente, ein?
Qual a pergunta mesmo, Enem?
Vamos por partes…
O que é um trabalho invisível?
E um trabalho invisível é um problema?
O que você comeu hoje veio do trabalho de agricultores, e você nem se lembrou deles! Eles são invisíveis para você.
E o que há de errado nisso? Eles receberam pelo trabalho e continuarão plantando e colhendo.
Não há problema nenhum aqui.
Então o que será esse “trabalho invisível” que virou um problema, no tema do Enem?
Pode ser um trabalho que é ignorado em seu valor, que não tem reconhecimento.
Se for isso, aí um trabalho pode ser considerado um problema.
Assim já começa a fazer sentido… Então você vê que o primeiro a fazer é supor o que é a tal invisibilidade. Foi isso que você fez?
Vamos seguir!
O Enem está perguntando o que impede que se resolva essa falta de consideração (invisibilidade) pelo trabalho de cuidado da mulher.
Ou seja, o trabalho de cuidado da mulher não é valorizado, e algo impede que seja.
Espera… qual trabalho de cuidado da mulher é problema?
Por que nem sempre ele é problema, né!
Eu sei, eu sei: a opinião de que o trabalho de cuidado da mulher é um problema já está definida na proposta. Só resta ao candidato concordar com ela… (pensamento crítico! onde está você?!)
Realmente desembestar a falar da submissão da mulher, do machismo, do patriarcalismo, da diferença de salários em relação ao homem e blablabla não é o caminho…
O trabalho de cuidado das mulheres pode se configurar um problema em certas situações, sim; mas seria fundamental o candidato mostrar quando é um problema e quando não é.
Há mulheres que gostam de várias atividades de cuidado, e quando uma mulher decide se casar e ter filhos ela já sabe que fará várias dessas atividades. Neste caso não são atividades forçadas (pelo menos não no Brasil).
O trabalho de cuidado das mulheres ocorre por todo o Brasil; mas também ocorre por todo o mundo, desde países ricos a pobres.
O trabalho de cuidado envolve tanto mulheres com nível superior de instrução quanto mulheres analfabetas. Não é um trabalho apenas para as mulheres pobres, portanto. Aliás, é um trabalho que precisa ser feito por alguém – você precisa arrumar sua cama, precisa lavar seu copo, precisa trocar a lâmpada queimada.
O trabalho de cuidado das mulheres está presente em países pobres e em países ricos, mesmo os que não passaram por patriarcalismo tão recentemente, como o Brasil.
Ainda não entendemos qual o problema do trabalho de cuidado da mulher… vamos ver se os textos fornecidos nos dão alguma pista.
Pedindo ajuda aos textos motivadores do Enem 2023
Vamos ver o que cada texto fornecido dizia para ajudar (sempre faça isso, assim você nunca fica sem ideias!).
Texto 1
Este autor reconhece que o trabalho de cuidado é constante na convivência familiar, e é quase sempre a mulher que cuida dele, desde civilizações antigas até a nossa.
Ok – As mulheres indígenas fazem esse trabalho e nos lares modernos de grandes cidades também são elas que o fazem. Apenas que nos lares modernos e nos mais ricos, talvez elas cuidem menos disso, e talvez haja outra mulher (que é uma empregada remunerada) que o faz.
Será que encontramos o problema!?
Você gosta de psicologia? Olha só: eu gosto muito e por isso lembro que os psicólogos dizem ser necessário que haja essa participação de todos em casa, inclusive das meninas, no trabalho de cuidado. Arrumar a casa, lavar a louça, limpar armários são atividades benéficas de colaboração.
Pois é – visível ou não, esse é um trabalho que precisa ser feito, não tem jeito.
Mas o texto revela um momento problemático das mulheres no trabalho de cuidado: em lugares pobres, as meninas são responsáveis por cuidar de irmãozinhos menores, limpar, fazer comida, lavar… até buscar água para uso doméstico!
Fala sério: isso é trabalho infantil, ou não é?
E mesmo as mulheres adultas ficam tão ocupadas no trabalho de cuidado que mal cuidam de suas próprias necessidades e chegam a não ter instrução formal!
Opa! Isso pode ser uma exploração do trabalho – quem sabe até trabalho análogo à escravidão!
Ahá!!!! Aí está o problema!
Ou melhor, dois problemas:
O trabalho infantil
O trabalho de cuidado análogo à escravidão
Só tem um detalhe: não há nenhuma chance de se valorizar esse tipo de trabalho, concorda?
São fora da lei! Nem existir!
E se eles continuam aí é porque passam como invisíveis! É… é um problema sim, mas é um problema até fácil de resolver: fiscalização.
Estamos vendo uma luz no fim do túnel do tema do Enem!
Texto 2
O gráfico mostrava que mais da metade do dia de uma mulher está sendo ocupada por esses trabalhos de cuidado.
Ah, aqui tem um problema: mulher que trabalha com cuidados tende a não ter tempo para si.
Mas como a gente sabe se está ou não havendo uma exploração?
Qual o tempo máximo a que uma mulher pode se submeter ao trabalho de cuidado de forma saudável?
Isso é bastante difícil de ser respondido (pergunte a uma mulher na sua família quanto tempo ela dedica ao trabalho de cuidado!).
Agora, se estivermos falando de meninas, isso é ainda mais sério! Em locais mais pobres no Brasil, a filha mais velha costuma cuidar dos irmãos menores (conheça a síndrome da filha mais velha!). Isso ocupa praticamente todo o dia dessa menina – como ela fará a lição de casa da escola?!
Por trás do que o gráfico mostrava, a gente já adivinha: há pais que precisam estar no trabalho o dia todo, tanto na cidade quanto no meio rural.
Está vendo como o trabalho de cuidado em si não é um problema!?As CIRCUNSTÂNCIAS em que ele ocorre é que são problema.
Espero que você não tenha demonizado o trabalho de cuidado, se fez a prova do Enem…
Calma, não desista agora: estamos vendo surgir uma circunstância-chave do tal problema do trabalho de cuidado da mulher: a pobreza!
Texto 3
Neste texto 3 ficamos sabendo do crescimento da exigência de cuidados com idosos.
E quando o idoso está acamado ou tem demência? Alguém precisa fazer esse trabalho de cuidado, não é mesmo?
Ora, as mulheres adultas precisam trabalhar, em praticamente todas as classes sociais! É um peso enorme que além de trabalhar elas precisem cuidar de um idoso acamado, e ainda sem uma remuneração!
E aí? Quem vai fazer o trabalho de cuidado?!
Eu tenho a resposta!
O que já existe por aí é o seguinte:
Em cidades grandes, existe assistência gratuita para idosos que não tenham quem possa cuidar deles, ou que exijam tratamento diferenciado. Eles são geridos pelas prefeituras ou por instituições religiosas ou não.
Há também os centro-dia, que são pagos e funcionam como creches para idosos: os responsáveis deixam os idosos pela manhã e buscam à tarde, quando voltam do trabalho.
Quem pode paga por enfermeiros (ou enfermeirAs!) que permanecem com o idoso dia a noite, ou asilos onde os idosos possam ser atendidos 24 horas por dia por enfermeiros.
Percebeu onde entra o poder do dinheiro aqui?
Famílias que têm condições de pagar enfermeiros ou asilos, repassam o trabalho de cuidado para pessoal especializado, que pode ser feito por mulheres (o que não é problema nenhum); em famílias pobres as mulheres veem sua renda cair porque não podem sair para trabalhar, já que cuidam do idoso.
Na prática, mesmo as mulheres da classe média enfrentariam sobrecarga de trabalho de cuidados, não só as pobres.
Encontramos o X da questão (ou não?)
Raciocina comigo:
Uma opção é falar do trabalho de cuidado da mulher em geral, se bem que nem sempre ele é um problema, você já sabe.
E aí você não conseguiria facilmente pensar em como valorizá-lo:
Remunerando a mulher?
Aplaudindo a mulher?
Com homenagens? (além do Dia da Mulher!)
Não é fácil pensar numa forma de valorizar esse trabalho que sua mãe, sua avó, sua irmã fazem cuidando da sua família… você consegue imaginar um salário para o trabalho de cuidado da mulher dentro da sua casa?
Você também não conseguiria argumentar muito sobre ele, porque afinal é um trabalho necessário sempre e isso inclui os homens.
Então o problema mesmo mora no trabalho de cuidado da mulher pobre – BINGO!
Não é que o tema esteja 100% claro agora, não! Afinal não é porque uma mulher é pobre que seu trabalho de cuidado é problemático:
tem o trabalho de cuidado da mulher pobre dentro de casa que não é necessariamente um problema.
tem o trabalho de cuidado da mulher pobre fora de casa que não é necessariamente um problema (é um trabalho como qualquer outro)
tem o trabalho de cuidado da mulher pobre dentro de casa que é um problema (quando ela sustenta a família sozinha)
tem o trabalho de cuidado da mulher pobre fora de casa que é um problema (quando ela está sendo explorada)
Não é moleza ein… Vamos ver 2 possibilidades de acabar com a desvalorização da mulher (pobre ou não).
Como se valoriza o trabalho de cuidado da mulher?
Para valorizar (tornar visível!) o trabalho de cuidado da mulher, quando executado de forma remunerada e problemática a gente poderia pensar em
criação de campanhas para informar a população sobre como detectar trabalho feminino doméstico com características de exploração na sua região
direcionamento de mais verbas para fiscalização especificamente do trabalho doméstico feminino
aumento da severidade das punições a quem explora o trabalho de cuidado de mulheres
Foi o que você propôs na intervenção? Ah, você pode ter tido outras ideias, não tem problema.
E para valorizar o trabalho de cuidado da mulher dentro da própria casa?
Bem, a gente poderia sugerir…
criação de programas escolares que levem as crianças e jovens a executar tarefas típicas de trabalho de cuidado de maneira que tenham a exata noção do quão difícil o pesado ele pode ser (para suas mães e irmãs).
criação de programas educativos para que as mulheres ensinem seus familiares a compartilhar com elas o trabalho de cuidado
Novamente são só ideias, você pode ter tido outra proposta para intervir.
Falando mais sério ainda….
A dificuldade deste tema foi o fato de que a frase-temática não foi suficientemente delimitada. Foi difícil para os alunos captarem o tema direitinho (nem sei se eu consegui!), porque havia muita imprecisão, veja:
não se tinha clara ideia do que era “invisibilidade”…
e por causa disso, não se sabia quais “desafios” seriam esses para enfrentá-la!
não se sabia a “quais mulheres” o Enem se referia,
e não se sabia com certeza o que era o “trabalho de cuidado”.
E se o aluno não delimitasse o tema… não sei não… os textos motivadores é que salvaram!
Mas quanto tempo sobraria depois desse trabalhão para delimitar o tema?! Dureza…
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