Não faça contextualização deste jeito na redação, pfv!

Concurseira fica pasma com o resultado ruim de sua contextualização na redação

A moda da contextualização forçada na introdução da redação continua a todo vapor nas aulas de redação de escolas e cursinhos. E continua fazendo “vítimas”! Hoje você vai ver mais um caso desses.

Muito bem, você já deve estar bem treinado a detectar falhas de todo tipo em redações, se está maratonando meu blog… agora vai ver a introdução da redação da minha aluna, Luciana, do Rio, uma concurseira do curso online. Descubra o que não está bom nela:

contextualização para redação

Claro!

Claro que você percebeu que não dá para fazer analogia entre os direitos iguais entre homens e mulheres que está na Constituição e o fato de existirem profissões com mais homens ou mulheres por aí!

Claro!

Ou não está claro…?!

Bem, analogia é uma comparação por semelhança. Mas a Luciana está mostrando coisas OPOSTAS! O conectivo “De maneira análoga” não tem nenhum sentido aqui!

Seria melhor um “Apesar de” ou um simples “Mas”, não acha?

Essa falha poderia ser considerada falha de coesão, ou falha de coerência – como a banca preferisse analisar. Mas que é falha é.

Vou repetir: cuidado com fórmulas para redação… fórmula é para matemática. Fórmula para redação significa mais tempo para fazer a redação e mais risco de perda de pontos.

E cuidado também com regras inventadas: não é obrigatório citar nada no começo de redação dissertativa de banca nenhuma. Cite se quiser.

Enfim… a Luciana ficou surpresa por não ter notado o efeito totalmente errado que a contextualização deu ao que ela queria dizer.

Como foi que a Luciana deixou passar uma falha dessas?! Se ela tivesse escrito como falaria para o corretor, certamente não ia incorrer nessa falha – mas como a moda agora é complicar…

VOCÊ PODE APRENDER REDAÇÃO DISSERTATIVA DE UM JEITO SOLTO, SEM DECORAR REGRAS QUE SÓ VÃO COMPLICAR SUA VIDA…

VEJA OS DEPOIMENTOS DE VESTIBULANDOS QUE JÁ APRENDERAM COMIGO E CONSEGUIRAM A VAGA:

E VEJA OS DEPOIMENTOS DE CONCURSEIROS QUE JÁ APRENDERAM COMIGO E CONSEGUIRAM A VAGA:

post 810 – Os outros é que dizem qual repertório você tem que usar?!

O que a Barbie tem a ver com o Enem?

A Barbie faz parte do seu repertório?

O que eu quero saber é se você é especialista em Barbie, ou se você é estudioso de Barbie… se a Barbie faz parte da sua vida a ponto de lembrar dela durante uma dissertação.

Se a resposta é “sim”, tudo bem, nada de errado nisso. Eu só não entendo essa história de se entulhar a redação de “coisas” para ganhar pontos:

CORREÇÃO DE REDAÇÃO

Ganhar pontos citando “coisas” na redação? Bela ajuda que a mídia dá para aumentar o pensamento crítico dos nossos alunos…

Pra que ir por esse caminho difícil?

  • Pra que demorar para escrever a redação tentando encaixar uma “coisa” ali no meio que não garante pontinho nenhum?
  • Pra que perder tempo decorando “coisas” pra colar na redação?
  • Se você conseguir me responder, use o balãozinho ali no alto – estou querendo saber!

É tão mais fácil simplesmente provar que você tem razão, só isso.

Argumentar é provar que você tem razão.

Não tem que mostrar que você leu muito, ou está por dentro de tudo… Isso não faz parte da correção de nenhum vestibular!

Olha só: se você vai provar seu argumento com a Barbie, ok. Mas como você vai saber qual seu argumento na redação?!

Só na hora da redação mesmo.

Ou você é do tipo que já vai com aquela redação-modelo na cabeça?

redação-modelo

Enfim.. é realmente estranhíssima essa forma de aprender dissertação que leva os alunos a escrever a redação em um absurdo de 3 horas!

Ah, e outra coisinha: o Enem não exige que se inclua autor, nem filme, nem série. Cuidado com essas invenções da mídia. A mídia tem as exigências dela (= marketing, audiência).

O Enem não exige nada – é você que sabe qual prova você tem do seu argumento.

VOCÊ QUE MANDA NA SUA ARGUMENTAÇÃO.

Vamos supor este argumento:

Existe uma pressão do mercado de brinquedos para que as meninas aceitem um certo padrão de beleza. Basta ver a boneca Barbie, que se seguiu à boneca Suzy, sempre mantendo um padrão de beleza loira, com formas anatômicas impossíveis de existir.

Gostou?

Eu que bolei esse! E aí eu usei a tal Barbie para PROVAR que eu tinha razão. A Barbie apareceu na minha memória DEPOIS de eu afirmar minha ideia inicial.

DEPOIS!

Assim que se usa o repertório. Mas repertório é só o que você tem na sua memória. Só. Ninguém te diz que repertório você tem que usar – não tem cabimento!

Agora… filme e série é um repertório um pouco diferente.

Assim como o repertório acima (de evidência), ele vem à sua memória naturalmente depois de sua ideia ir para o papel. Mas ele não costuma provar nada!

Lembre-se disso: filmes e séries são fatores de atração para o leitor, mas não é comum que eles provem uma ideia sua. Portanto filmes e séries raramente fortalecem argumentos.

Isso explica como tantos candidatos citam filmes e séries e não conseguem nota boa na competência 2. Entendeu agora? Enfeite não ganha nota.

MELHOR CURSO DE REDAÇÃO

Pode dialogar com o corretor da redação?

Quando pode dialogar com o leitor de um texto?

Pode usar “você” numa redação de vestibular ou concurso? Este artigo tem a resposta!

Minha aluna Duda é vestibulanda de Medicina, e está fazendo meu curso de redação virtual desde Floripa. Veja a dúvida que ela me enviou:

pode falar com o corretor na redacao

Uma ótima pergunta, difícil de responder “na lata”.

Primeiro a gente precisa lembrar que falar com o leitor não é proibido, de maneira nenhuma. Você já deve ter notado que existe descrição dentro de uma dissertação, existe narrativa dentro da dissertação, e também pode existir dissertação dentro de uma narrativa… e até de um poema!

Tudo depende do peso desse uso num texto. Tudo depende do efeito final.

Pense comigo: a redação escrita em vestibular (e concursos) é um texto que foca o que o autor dele pensa. O importante ali é que o pensamento do autor (o candidato) seja o foco, o centro de tudo.

Segundo, quando se usa um “Você acha que…?”, está-se falando com o leitor, correto? Nesse caso o envolvimento do leitor naquilo que se escreve é um tantinho maior.

O que acontece quando se usa “você” na redação

Então vamos supor que a Duda queria escrever mais ou menos assim:

“… Você acha que um dia as mulheres ganharão salários iguais aos dos homens?”

usar pergunta na redação

Você nota como essa pergunta não vai ter resposta? Não vai.

O corretor não está ali para responder nada, nem mentalmente, ele só tem que analisar o raciocínio da candidata. E essa pergunta não embute nada sobre a opinião da candidata!

Então esse é um caso em que falar com o leitor não fica bem na redação.

Agora suponhamos que a Duda queria escrever assim:

“Um dia as mulheres ganharão salários iguais aos dos homens?”

ou

“Será que um dia as mulheres ganharão salários iguais aos dos homens?”

Veja que a pergunta da Duda nestes casos é um raciocínio dela mesma – dentro da cabeça dela – que é jogado para quem quiser acompanhar o raciocínio.

E raciocínio do candidato é exatamente o que o corretor vai analisar! É um prato cheio para ele!

corretor enem fuvest

Nessas duas perguntas existe um direcionamento, digamos que, indireto, de uma pergunta ao corretor. Aí fica ótimo.

Mas eu não estou dizendo que não é bom dialogar com o leitor numa dissertação! Não é isso!

Dê uma olhada nos artigos dos colunistas de um jornal ou revista. Eles conversam com o leitor! Esses artigos são os tais “artigos de opinião”, e são dissertações também (e às vezes são pedidos em vestibulares), mas o foco ali é tentar tocar o leitor, talvez mudar a ideia dele.

É diferente de um corretor de prova.

Inclusive muitos desses artigos da imprensa dizem “caro leitor” e conversam mesmo com o leitor.

Usar muitos “você” tem outra utilidade

E temos também que lembrar algo que se aprende no ensino médio. Um texto em que se usa muitas vezes o “você”, em que se fala diretamente com o leitor insistentemente, é um texto de função conativa.

Lembra disso?

Esses anúncios que você vê pulando na sua tela do celular, ou que você vê em revistas têm função conativa – pode observar como eles falam direto com o leitor o tempo todo! Eles usam você muitas vezes!

(Essas nuances que diferenciam um texto de outro deveriam ser treinadas na escola, mas infelizmente não é o que acontece… 😦 )

Então tudo depende do efeito, mas não é útil falar direto com o leitor numa prova, pelos motivos que você acabou de entender.

Quer dizer, espero que tenha entendido… se tiver dúvida, é só comentar ali no balãozinho que eu respondo com o maior prazer como faço com todos!

Acho que você vai gostar destes artigos:

Tem segredo para tirar 10 numa redação?

Quanto tempo precisa para aprender redação?

Você também encontra artigos meus no site Redação Online, sabia?

Por que as provas de redação são dissertativas?

Pois é, por que vestibulares e concursos exigem a “maldita” redação dissertativa, a dissertação argumentativa?

Vou dar aqui meu parecer, ok? Outros profissionais podem ter outras explicações (se você tiver, pode escrever sua explicação aqui embaixo).

Primeiro, a dissertação argumentativa é um tipo de texto em que você precisa APARECER, você precisa SE POSICIONAR. Quer dizer, em que se percebe a sua posição sobre um assunto, mesmo que seja em cima do muro. E é sempre bom ter alunos e profissionais que tenham personalidade, que se manifestem! Alunos assim são muito desejáveis numa universidade, concorda? Profissionais assim são mais desejáveis que profissionais “apagados”, concorda? Então ela é um tipo de texto que mostra a personalidade do candidato. Você sabia disso? O corretor capta muito bem quem você é pelo que você escreve!

Segundo, a dissertação argumentativa é um texto complexo. Não é simples, exige trabalho mental, organização mental, lógica desenvolvida… Depende de maturidade, e de habilidades cognitivas (desenvolvimento do raciocínio). Não está relacionado somente com a idade, porque vocês encontrarão adultos que não conseguem argumentar, provavelmente por ausência de instrução. Pode-se ver fácil numa redação dessas até que ponto o candidato domina a escrita, até que ponto ele a treinou antes. É fácil fácil perceber o nível de treino que um candidato tem, sabia disso?

 

Portanto a dissertação argumentativa é a preferida para se avaliar candidatos!

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Será que dá para falar com o leitor na redação? 

 

 

Redação do aluno perfeccionista

Tenho uma aluna de redação bloqueada, neste momento. Acho que o tipo de bloqueio dela é bem comum, por isso resolvi fazer este post.

Vamos chamá-la de Elisa. Ela leva em média 2 horas para fazer a redação (ela é vestibulanda, há 4 anos fazendo cursinho para medicina).

Nesses anos todos ela ficou exposta a todo tipo de bloqueio criado pelas escolas (como todos nós), e piorou bastante desde o início do cursinho. A redação da Elisa é muito boa, muito completa, clara… não tem erros de gramática.

Não se pode deixar de lado todo o treino que ela teve – ela sempre foi uma aluna dedicada e nos primeiros anos de cursinho sempre fez todas as redações pedidas.

Nas nossas primeiras aulas descobrimos que em algumas etapas da escrita ela gastava um tempo absurdo, que nem ela nem nenhum concorrente teria no dia da prova! Um desses momentos era o “passar a limpo”. Quando a redação já estava em ordem, ela resolvia embelezar o texto! Ela verificava se havia repetição de  palavras, e tentava substituir as repetições por sinônimos (algo praticamente impossível), também incluía algumas palavras que ela achava bonitas… enfim, embelezava mesmo.

Nosso trabalho está sendo de eliminar essa necessidade que ela tem de embelezar o texto. Não é coisa imediata, mas o tempo está sendo reduzido.

Então, caso você seja perfeccionista, observe se isso não está tomando tempo precioso da sua redação!

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Olha como a Sabrina foi sortuda!

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Neste curso sua prof será esta!