Um argumento que parece perfeito mas é frágil
Alguns argumentos todo mundo usa. Eles parecem 100% corretos.
Mas são uma armadilha! É bom você ficar esperto, e este artigo dá exemplo de um deles.
Você teria coragem de escrever na sua redação que no Brasil colonial, patriarcal, as mulheres se casavam cedo?
A maioria dos alunos teria coragem, eu acredito.
Mas, como acontece com toda generalização, não dá pra dizer que era sempre assim!
Mulheres se casavam cedo antigamente?
Veja o que diz este trechinho que tirei do livro A capital da solidão, do jornalista Roberto Pompeu de Toledo:
61% das mulheres paulistas no período colonial – segunda metade do século XVIII – continuavam solteiras até os 29 anos!
Surpreendente, né?
E é bem comum a redação, pelo menos no ensino médio, afirmar que as mulheres antigamente se casavam cedo. Algumas sim, outras não. Em algumas época sim, em outras não. Em algumas classes sociais sim, em outras não.
Como você vê, só repetir o que se ouve pode levar a gente a entrar na generalização.
Eu sugiro que você comece a desconfiar de argumentos definitivos, generalizantes, indiscutíveis. Esse tipo de argumento pode ser correto, mas também pode ser uma generalização – e isso significa que seu argumento seria considerado frágil, nada convincente!
Quando meus alunos começam a treinar a argumentação mais a fundo, nós começamos a detectar generalizações, que são coisas bem comuns para quem acaba de sair do ensino médio.
Generalizar tem tudo a ver com senso comum – coisas que se repete por aí até um ponto em que se acredito que é verdade indiscutível.
Só que não!
Tem “mil” outros argumentos que você pode estar usando e que são frágeis – comece a pensar. Se quiser, pode enviar pra mim aqui nos comentários que eu te ajudo a descobrir.
O que você aprendeu hoje: generalização é uma tendência que pode levar você a argumentar de forma falha – atenção a isso!
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